Há alguém que abre uma porta, lança um grito... ninguém acorda!
Nos dias em que peço aos céus que alguém me abane e me encontre perdida no meio de uma solidão envolvida por uma multidão... ninguém o faz!
Nos dias em que sozinha percorro os cantos, os caminhos, os prados do meu ser e procuro por mais... ninguém aparece!
Nos anos em que espero por ti, parada, sentada, em pé, a correr, acordada ou a dormir, não és ninguém. Não tens forma!
Que espera é esta que me desmancha um pouco todos os dias e me monta no fim, apenas para me poder desmanchar de novo?
Sozinhos estamos todos e na solidão estamos todos juntos
e quando estamos perdidos não nos encontramos, somos achados
Quem me acha?
E tudo isto são vãs ideias e vãos pensamentos.
Nada é real, nada se concretiza.
Nada tem ligação.